Terapia Ocupacional em Destaque

Terapia Ocupacional em Destaque

Terapia Ocupacional

"É um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia das pessoas que, por razões ligadas a problemática específica, físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais, apresentam, temporariamente ou definitivamente, dificuldade na inserção e participação na vida social. As intervenções e Terapia Ocupacional dimensionam-se pelo uso da atividade, elemento centralizador e orientador, na construção complexa e contextualizada do processo terapêutico"

Referência: World Federation of Occupational Therapy; Associação Brasileira de Terapia Ocupacional; Centro de Estudos de Terapia Ocupacional - Ceto. Definições de Terapia Ocupacional. Lins: Faculdades Salesianas de Lins, 2003. (p.70)

Conheça este profissional e usufrua de suas capacidades.

Sejam todos muito bem vindos!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Reflexões do dia a dia de uma terapeuta ocupacional


Hoje após três avaliações de novos clientes para iniciar a intervenção terapêutica ocupacional domiciliar, fiquei refletindo enquanto dirigia, sobre a diversidade de coisas e idéias que precisam passar pela mente de terapeutas ocupacionais. 

É uma diversidade tão grande de problemas de desempenho que as pessoas passam na vida, que exige grande flexibilidade para intervir... É sempre preciso considerar o que é importante para uma determinada pessoa, e não adianta acharmos que o bom, por exemplo, é escovar os dentes, se o desejo da paciente é passar batom...claro que no final ela vai estar escovando bem os dentes (espera-se), mas não podemos jamais deixar de escutar esta demanda do batom, que fala sobre sua imagem, sua vaidade, sua aparência e parte de sua identidade. 

Com frequencia alguns colegas pedem sugestões de atividades para determinados problemas, mas dificilmente isto funcionará sem fazer significativas adaptações considerando o sujeito, seu contexto e sua subjetividade. Uma atividade de troca de dominância para uma idosa bordadeira é bem diferente de uma atividade de troca de dominância de uma idosa que precisa assinar seu nome. A mesma atividade, mas com fins diferentes, para pessoas diferentes, com desempenho e contexto diferentes...já não é a mesma atividade. Neste caso a troca de dominância não é propriamente o fim, e sim o meio para poder  desempenhar uma atividade importante em seu dia-a-dia, que seria bordar e assinar.  

É a partir destas e de muitas reflexões da minha prática, que tenho a certeza da escolha que fiz. Ser terapeuta ocupacional vai muito além do que os outros podem ver...diz da intimidade das pessoas, de sua independência para permanecer sendo quem ela é e exercendo sua autonomia nos espaços que ela conquistou. 

Nós terapeutas ocupacionais que no dia a dia nos deparamos com as dificuldades das pessoas nas mínimas coisas, como: conseguir segurar a bucha do banho durante o mesmo e esfregar o próprio corpo sem depender de alguém; conseguir levantar-se da cama para ir ao banheiro ou circular pela casa por meio de uma adaptação ambiental, sem ter que para isto solicitar á alguém que participe desta sua decisão e o ajude a cumpri-la; conseguir circular pelas ruas da cidade para ir estudar, ou trabalhar, sem achar que todos ao seu redor o estão perseguindo...

Nós podemos considerar o nosso dia a dia muito rico de conquistas, apesar de frequentemente lidarmos com o sofrimento. E nosso dia a dia precisa estar recheado de atividades diversificadas, com propósito e fim terapêutico para atender a esta demanda tão diversificada.  Então, continuemos nos munindo de recursos e fazendo bom uso deles, para que os prejuízos no desempenho das atividades não sejam maiores do que o vontade dos sujeitos em superá-los.

Abraços,
Keliane de Oliveira
Terapeuta Ocupacional

sábado, 3 de novembro de 2012

E quando o paciente recusa a intervenção?


Olá! Boa Noite!

Sabe quando o paciente apresenta vários sinais de necessitar da intervenção terapêutica ocupacional?...Tem limitações no desempenho das atividades de vida diária, discurso empobrecido, dificuldade de circular na sociedade e de interagir com outras pessoas, limitações no desempenho de atividades produtivas e de lazer...Enfim...o paciente certamente se beneficiaria da intervenção da T.O....mas ele não a quer...E aí?



Situação difícil, quando o paciente ou não é ciente de suas próprias limitações, ou não tem recursos para enfrentá-las e não tem disposição para adquiri-los por meio da intervenção. Principalmente quando o paciente é adulto ou idoso e para os quais o recurso lúdico não surte tanto efeito. 



Sabe-se que tal recusa já é um sinal para intervenção terapêutica, pois pode representar para além das limitações do transtorno, dificuldades do indivíduo em lidar com tais limitações e talvez uma necessidade de fuga de qualquer coisa que o remeta a elas. Isto também pode se dar por déficit em componente perceptual, que dificulte ao paciente notar suas próprias limitações para julgar necessária a intervenção.

Impor a intervenção certamente não é o caminho, pois o atendimento da T.O se baseia no engajamento do paciente nas atividades propostas, e principalmente sua participação em todas as suas etapas, desde o planejamento até sua finalização. E, toda a proposta da Terapia Ocupacional, baseia-se em atividades que sejam significativas e contextualizadas, e é desta forma que o fazer adquire caráter terapêutico. Mas mesmo com estas propriedades, acontece de o paciente não aderir ao tratamento. 


Nestes casos, uma possibilidade é intervir junto ao paciente de forma indireta em um primeiro momento, por meio de intervenções com a família/cuidador. Orientações periódicas sobre como interagir melhor com o paciente, propor atividades, estimular circulação social podem representar ganho importante para o paciente e redução da sobrecarga da família/cuidador. Para que então em um segundo momento lhe seja mais possível aceitar a intervenção do profissional de forma direta. 

Fica a dica!

Abraços,
Keliane de Oliveira 
Terapeuta Ocupacional