Terapia Ocupacional em Destaque

Terapia Ocupacional em Destaque

Terapia Ocupacional

"É um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia das pessoas que, por razões ligadas a problemática específica, físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais, apresentam, temporariamente ou definitivamente, dificuldade na inserção e participação na vida social. As intervenções e Terapia Ocupacional dimensionam-se pelo uso da atividade, elemento centralizador e orientador, na construção complexa e contextualizada do processo terapêutico"

Referência: World Federation of Occupational Therapy; Associação Brasileira de Terapia Ocupacional; Centro de Estudos de Terapia Ocupacional - Ceto. Definições de Terapia Ocupacional. Lins: Faculdades Salesianas de Lins, 2003. (p.70)

Conheça este profissional e usufrua de suas capacidades.

Sejam todos muito bem vindos!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Um pouco da Terapia Ocupacional nas Demências

A demência, além de ser a causa mais comum das limitações cognitivas dos idosos, é ainda a causa mais freqüente de prejuízo no desempenho ocupacional e o mais grave impedimento de acesso a uma boa qualidade de vida nos anos tardios, de acordo com BUTLER & LEWIS (citado por COPPINI, 1998).
De acordo com Bottino (2002) e Coppini (1998), pacientes com quadros demenciais leves possuem dificuldades funcionais com tarefas complexas, tais como pagar contas e preparar refeições, há também diminuição de interesse, dificuldade de aprender coisas novas e de tomar decisões; o paciente irrita-se com facilidade, é impaciente, e possui resistência a mudanças, e ainda apresenta esquecimento do que foi dito há pouco tempo. Os pacientes com quadros demenciais moderados apresentam dificuldades em tarefas mais simples, deixando o indivíduo mais limitado em atividades como tomar banho, se vestir, algumas atividades da vida diária bem como higiene, alimentação e auto-cuidado, entre outros fatores podem ocorrer aumento da confusão quanto aos dias da semana, o mês e a hora; aumento do esquecimento de fatos recentes; diminuição da orientação (a pessoa sai de casa e não consegue voltar, acha sua casa estranha); e comportamentos inadequados (abraça um desconhecido, abre a roupa). Os pacientes com graves quadros demenciais demonstram dificuldades para realizar tarefas mais simples, como ir ao banheiro sozinho; dificuldade na marcha; incontinência de urina e fezes; a orientação é nula; aumento da confusão, repetição e irritação, podendo tornar-se agressiva; e até mesmo perda da fala, geralmente nesta fase o paciente é mais dependente ao realizar essas atividades, sendo necessário acompanhamento integral.
Segundo Gallo (2001) na demência moderada ou grave, especialmente em instituições, alguns pacientes fazem chamados constantes de uma maneira ininterrupta. Os chamados podem ter a forma de gritar o nome de uma pessoa, de pedidos de ajuda, de pedidos de algo específico (alguma coisa pra comer ou para beber), de gemidos ou de vocalizações. Muitos desses comportamentos são secundários a um problema clínico ou a uma síndrome psiquiátrica, podem também ocorrer independentemente, devido a alguma lesão cerebral causada pela doença demencial. Confusão, distúrbios de humor, perda de memória, agitação, apatia, fadiga, desorientação, delírios, incompreensão e a falta de identidade pessoal são, cada vez mais, sintomas comuns entre os idosos com demência que são admitidos em hospitais, lares ou centros dia. Estas alterações gradualmente os impedem de prosseguir com os seus ritmos normais de atividade em sua vida diária. Para o tratamento destes idosos faz-se necessário uma equipe multidisciplinar para somar com suas competências combinando esforços para elevar a qualidade de vida destes idosos e suas famílias, cada um em sua especificidade. O Terapeuta Ocupacional é um profissional apto a integrar esta equipe, e é de suma importância, uma vez que seu âmbito é a ocupação sua atuação tem por objetivo favorecer o seu melhor desempenho. O terapeuta deve tentar maximizar a funcionalidade do paciente, observando também a minimização proporcional do esforço do cuidador perante algum ganho ou preservação de habilidade do paciente em cada fase. (CORREGIDOR et al., 2004). Nos casos de demência de um modo geral o objetivo é reduzir/retardar o ritmo das perdas funcionais, a partir da estimulação das habilidades preservadas.
Segundo a World Federation of Occupational Therapists, o objetivo principal da terapia ocupacional é propiciar efetivamente a realização das atividades da vida diária com mais autonomia e independência. Os terapeutas ocupacionais atingem este objetivo proporcionando uma melhor forma de “fazer” que irá reforçar a capacidade laborativa e ocupacional do indivíduo; e alterar aspectos no ambiente para melhor sua participação, seu desempenho.

Então você como familiar/cuidador deve estimular ao máximo as habilidades preservadas durante a rotina de seu querido idoso. Isto pode garantir-lhe maior tempo de autonomia e independência, e com certeza para você como cuidador isto poderá representar uma redução na sobrecarga mental e física.

Abraços Terapêuticos!
Keliane
<!--[if !supportFootnotes]-->

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<!--[if !supportFootnotes]-->[1]<!--[endif]-->              BUTLER, R., LEWIS, M. Aging na menthal health: positive psychosocial approaches. St. Louis: C. V. Moshy, 1973.

REFERÊNCIAS
BOTTINO et. al. Reabilitação cognitiva em pacientes com doenças de Alzheimer: relato de trabalho em equipe multidisciplinar. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v. 60, n. 1, p.70-79, mar. 2002.

COPPINI, R.Z. O atendimento terapêutico Ocupacional aos pacientes com demência. Revista terapia Ocupacional Universidade São Paulo, v.9, n. 1, p. 20-25. Jan./Abr., 1998.
CORREGIDOR,.A.I S. ; MORALEJO, C. G ; ÁVILA, M.R.T., Terapia ocupacional en psicogeriatría, 2004. Disponível em <http://www.terapia-ocupacional.com/articulos/Psicogeriatria.shtml> Acessado em: 28 Nov. 2008.

GALLO, Joseph J. Assistência ao idoso: aspectos clínicos do envelhecimento. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabarra koogan, 2001. 635 p.

WORLD FEDERATION OF OCCUPATIONAL THERAPISTS Disponível em: <http://www.wfot.org.au/information.asp>. Acessado em: 28 Nov. 2008.





terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Uma pergunta persistente

Mas afinal...o que é a Terapia Ocupacional?


Eu poderia me alongar muito nesta resposta, diante das possibilidades desta profissão, mas resolvo não me demorar, pois neste espaço tantas coisas a respeito serão discutidas e muitas serão as oportunidades de esclarecer mais e mais as dúvidas sobre a pergunta em questão.


Informo portanto, que a Terapia Ocupacional é uma ciência da saúde que tem por objeto de trabalho o indivíduo em atividade. E como ciência da saúde possuiu embasamento científico e técnicas que lhe são próprias para prevenir doenças e promover saúde na comunidade em geral; para desenvolver habilidades e reabilitá-las melhorando o desempenho ocupacional do indivíduo seja ele criança, adulto ou idoso; e para criar adaptações através das habilidades existentes, favorecendo o desempenho de atividades nas quais sua performance esteja  prejudicada.

Mas este desempenho ocupacional, não se refere a ocupação como atividade qualquer, de preenchimento de espaços, vazia de significado. São atividades presentes em nossa rotina, contextualizadas e ricas de significado. São atividades de vida diária, atividades de vida prática, atividades produtivas e de lazer.

Pense nisso: 
Como está atualmente estruturada sua vida? Provavelmente se é um adulto está trabalhando...pode ser que tenha família e que por ela seja responsável...provavelmente sua rotina envolve o auto cuidado, a higiene... caminhar, dirigir ou pegar ônibus para se locomover...é provável que tenha amigos e que interaja bem com eles na manutenção desta amizade. Muito provavelmente você se expressa oralmente com facilidade e também com facilidade compreende a expressão alheia...é possível que você nem tenha reparado a quantidade de habilidades você possui, não é mesmo? E estas são apenas algumas...

Mas imagine, apenas nestas atividades que citei, se houvesse algum prejuízo que dificultasse a sua realização. Uma dificuldade de qualquer ordem que o impedisse de realizar o seu auto cuidado de forma independente...uma necessidade de auxílio para se locomover dentro de casa ou dentro da comunidade...uma limitação que o impedisse de ter amigos e de interagir com eles, de se expressar e compreender a expressão do outro...Imagino que as coisas seriam um pouco diferentes não é mesmo? Sua independência e autonomia certamente estariam comprometidas. Então o seu desempenho ocupacional nestas atividades apresentaria prejuízo...E é considerando o indivíduo em atividade que o Terapeuta Ocupacional vai intervir para ajudá-lo a ganhar mais autonomia e independência. E a forma como isto é feito é justamente através da atividade, após avaliação terapêutica ocupacional minuciosa sobre os componentes da tarefa, as áreas de desempenho e o contexto. 

E o trabalho de prevenção vem aliado aos estudos sobre o desenvolvimento de doenças que podem reduzir o desempenho ocupacional do indivíduo ao longo do tempo, seja pela ausência de hábitos saudáveis, seja pelo processo de declínio funcional próprio do envelhecimento.

É importante lembrar que para ser um Terapeuta Ocupacional, é preciso fazer o curso de nível superior de duração média de 4 anos e meio.

Bem...estamos apenas começando a conversar sobre esta importante profissão e que muitos benefícios têm proporcionado a diversos indivíduos em seus contextos e suas rotinas. Certamente cada terapeuta tem um jeito especial de falar sobre sua profissão e de defini-la. Contribuições, bem como dúvidas são e sempre serão muito bem vindos neste espaço.

Abraços terapêuticos!

Sejam todos bem vindos!

Este blog foi criado com muito carinho, como uma possibilidade de troca de informações e serviços da Terapia Ocupacional.

À comunidade em geral, este é um espaço para conhecerem esta profissão que se dedica aos processos biopsicossociais da saúde na prevenção, habilitação, reabilitação e adaptação, para melhorar a funcionalidade do indivíduo. Caso necessite de informações mais específicas sobre a atuação da terapia ocupacional, entre em contato conosco, enviando um e-mail ou comentando as postagens. 

Aos profissionais da saúde, esta é uma ferramenta para trocar informações sobre os atendimentos multiprofissionais e aumentar as possibilidades de sucesso em intervenções interdisciplinares. Portanto, Fonoaudiólogos, Fisioterapeutas, Médicos, Psicólogos, Assistentes Sociais, Pedagogos, Enfermeiros e todos que se dedicam na atenção a saúde. 

Aos terapeutas ocupacionais e acadêmicos de terapia ocupacional, esta é uma ferramenta para divulgação de nossa profissão e dos serviços que ela oferece. Atentemo-nos para este conteúdo e o aproveitemos com sabedoria. 

A todos por fim, bem vindos ao nosso espaço de trocas!


Abraços,
Keliane de Oliveira
Terapeuta Ocupacional - MG