Terapia Ocupacional em Destaque

Terapia Ocupacional em Destaque

Terapia Ocupacional

"É um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia das pessoas que, por razões ligadas a problemática específica, físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais, apresentam, temporariamente ou definitivamente, dificuldade na inserção e participação na vida social. As intervenções e Terapia Ocupacional dimensionam-se pelo uso da atividade, elemento centralizador e orientador, na construção complexa e contextualizada do processo terapêutico"

Referência: World Federation of Occupational Therapy; Associação Brasileira de Terapia Ocupacional; Centro de Estudos de Terapia Ocupacional - Ceto. Definições de Terapia Ocupacional. Lins: Faculdades Salesianas de Lins, 2003. (p.70)

Conheça este profissional e usufrua de suas capacidades.

Sejam todos muito bem vindos!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Luta Antimanicomial

No último dia 18, foi comemorado o Dia da Luta Antimanicomial. E pesquisando na internet, encontrei em um blog da Terapeuta Ocupacional Carla Ruiz,de São Paulo, uma poesia muito instigante de Gisele Torres. Compartilho então por aqui: 


Quem é louco?


Ele que ouve vozes, ou você que não ouve ninguém?

Ele que vê coisas, ou você que só se vê?

Ele que diz o que pensa ou você que não pensa pra falar?

Ele que se diz ser rei ou você que se acha um e não diz?

Ele que não estabiliza o humor ou você que o finge instável?

Ele que cria neologismos ou você que não sai das estereotipias?

Ele que tem fuga de idéias ou você que não abre mão das suas?

Ele que não dorme à noite ou você que dorme durante toda a vida?

Ele que tenta se matar ou você que se mata todo dia?

Enfim quem é louco?

Ele que não se mascara ou você que não tira a máscara e vive na fantasia?

Quem é louco?

Tire sua máscara antes de perguntar


Por Gisele Torres


Não quero com a apresentação deste texto, apontar os erros ou os errados. Quero sim desestimular ao  juízo de valores, e favorecer o sentimento de cooperação a partir da compreensão do outro como merecedor de respeito e atenção.

Abraços,
Keliane 

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, mais conhecido como TDAH, é caracterizado por desatenção, inquietude acentuada e impulsividade. É um quadro relativamente freqüente sendo predominante em meninos. Não há uma causa definida para o TDAH, mas há alguns fatores que podem ser considerados como a hereditariedade, traumas durante o parto, problemas intra-uterinos, ingestão de substâncias tóxicas na gravidez, problemas familiares e psico-sociais, anomalias físicas e alterações neuroquímicas (Lewis,1995). Todas as crianças, dependendo da faixa de desenvolvimento na qual estas se encontram, podem apresentar ocasionalmente certa inquietude exploratória, de descoberta a respeito do mundo ou uma reação temporária a um evento vivenciado como estressante, por exemplo, mudança de casa, falecimento de alguém importante para a criança. E isso não vai significar que a criança seja portadora do TDAH. 
           Nas crianças com TDAH, os sintomas são mais graves e abrangentes, estando presentes por, pelo menos, 06 meses, acarretando prejuízos no funcionamento escolar, familiar e social, tendo iniciado antes dos 07 anos de idade. A dificuldade em manter a atenção que as crianças com TDAH apresentam causam alterações nas áreas auditiva, visual e perceptivo-motora, acarretando problemas na aquisição, retenção e explicitação de novos conhecimentos e habilidades, coordenação motora global, relacionamentos interpessoais, comunicação, linguagem, escrita, instabilidade emocional (irritabilidade, choro fácil), ambidestria e não discriminação de situações de perigo. Possuem um comportamento bastante incômodo e perturbador, com baixo rendimento escolar, baixa auto-estima, distraem-se facilmente, nas brincadeiras com outras crianças são impopulares, pois têm dificuldades em seguir regras, dificilmente terminam a atividade iniciada mas, às vezes, comportam-se como crianças sem problemas, conseguindo manter a atenção em atividades de seu interesse. Em gera, são as crianças mais novas ou com dificuldades semelhantes que se dispõem a brincar com crianças hipercinéticas. 
         O que pode ser desenvolvido pelo Terapeuta Ocupacional junto à criança com TDAH? A Terapia Ocupacional é um processo de tratamento no qual o terapeuta utiliza a atividade como recurso técnico e está habilitado para prescrever atividades e aplicá-las na busca de saúde, uma vez que a atividade é seu objeto de estudo e análise. 
         Desta forma, o Terapeuta Ocupacional propõe uma atuação ampla, oferecendo recursos para uma intervenção física, psíquica, social e sensorial que podem ser: lúdicas, corporais, artísticas, criação de objetos e conhecimentos, organização dos espaços e o cuidado com o cotidiano, os cuidados pessoais, os passeios, as viagens, as festas, as diversas formas produtivas, a vida cultural, entre outras. Pois as características apresentadas pelas crianças com o TDAH, como a agitação, desatenção, impulsividade, emotividade e o baixo limiar a frustrações afetam a integração das mesmas com todo o seu mundo social, seja ele na escola, em casa ou na comunidade. O relacionamento com pais, professores e amigos, muitas vezes é prejudicado devido ao comportamento inconstante e imprevisível, interferindo no desenvolvimento pessoal e social da criança.
          A criança quando brinca cria e recria situações de desafios, satisfaz sua curiosidade e desenvolve um modo pessoal de vivenciar seu sentimento de prazer, angústia, insegurança e medo. O tratamento em terapia ocupacional tem por objetivo, oferecer um espaço protegido e continente que a compreende e a auxilia durante todo o processo terapêutico a atenuar os sintomas do TDAH como desatenção, a impulsividade, inquietação, baixa auto-estima, aumentar as capacidades sociais, e prevenir futuros desajustes sociais. 
        O atendimento em Terapia Ocupacional pode ser individual, em grupo, domiciliar e acompanhamento terapêutico, além de orientações aos pais e professores. É importante lembrar que as crianças quando não são tratadas têm maior probabilidade de apresentar depressão, ansiedade, comportamentos anti-sociais, transtorno obsessivo-compulsivo, isolamento social, abuso de drogas e outros prejuízos na adolescência e vida adulta.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Conselheira do CrefitoSP no programa Bem Estar


Vamos assistir ao vídeo exibido no programa Bem Estar no dia 06/05/11 com orientações importantes de prevenção de lesões. 


Algumas orientações da Terapeuta Ocupacional Dra. Maria Cândida de Miranda Luzo, para evitar lesões nas atividades do dia a dia, incluindo o trabalho.


Vale a pena seguir estas orientações e evitar dores futuras.


Abraços,
Keliane
Terapeuta Ocupacional

terça-feira, 17 de maio de 2011

Esquizofrenia e Estigma - Precisamos refletir

Venho conversar neste post sobre este tema, pois ele é de suma importância para a manutenção da saúde mental em sociedade. E observo na minha prática, como terapeuta, como o estigma representa uma porta fechada para muitos caminhos na vida da pessoa com esquizofrenia e muitas vezes de sua família. 


A intervenção da terapia ocupacional com este público se dá de forma individual ou em grupo, em consultório, CAPS/CERSAM, em atendimento domiciliar ou acompanhamento terapêutico. Um dos principais objetivos da prática da terapia ocupacional com este público é melhorar o funcionamento social. Para isto faz-se necessário a estimulação de várias habilidades do indivíduo para vencer o isolamento e frequentemente as grandes barreiras aparecem da sociedade para com eles, caracterizadas como estigma e discriminação.


Aqui o estigma está sendo tratado em relação à esquizofrenia, mas ele existe em situações diversas de saúde/doença.


Este artigo foi extraído do site da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia (ABRE), e fornece conteúdo muito interessante sobre o conceito de estigma e suas consequencias. 


Para ler e refletir, pois este comportamento é social. Como você tem se comportado com relação a isto? 


ESTIGMA - CONCEITO

Prof. Dr. Miguel Roberto Jorge
A palavra estigma tem origem grega e significa marcar, pontuar. Os gregos marcavam o corpo de pessoas quando buscavam evidenciar alguma coisa de extraordinário ou mau sobre seu status moral e assim possibilitavam que ela fosse facilmente identificada e evitada. Um estigma é na realidade um tipo especial de relação entre um atributo da pessoa e um estereótipo negativo e acaba sendo visto como algo que a define mais do que um rótulo a ela aplicado. O estigma está relacionado a conhecimentos insuficientes ou inadequados (estereótipos), que leva a preconceitos (pressupostos negativos), à discriminação (comportamentos de rejeição) e ao distanciamento social da pessoa estigmatizada.

Estudos realizados desde os anos 1950 demonstram que as pessoas em geral apresentam grande desconhecimento sobre as doenças mentais e uma reação negativa diante dos doentes mentais, considerando-os “relativamente perigosos, sujos, imprevisíveis e sem valor”. Essa percepção acaba por provocar sentimentos de “medo, desconfiança e aversão” pelos portadores de doenças mentais. O processo de desinstitucionalização dos doentes mentais – fechando hospitais psiquiátricos e abrindo serviços comunitários e residências terapêuticas – infelizmente tem contribuído para o crescimento do estigma na medida em que a população fica mais exposta a contatos com doentes mentais graves, sem o necessário incremento de informações sobre a real situação deles. A idéia de que os doentes mentais são violentos é muitas vezes difundida pela mídia e não encontra respaldo na realidade na medida em que, na maioria das vezes, os portadores são mais vítimas de violência que perpetradores desta.

Assim, o estigma relacionado às doenças mentais, além de associar-se a  uma visão estereotipada de imprevisibilidade e violência, associa-se também à negação de direitos humanos dos portadores, freqüentemente contribui para sua exclusão social e os coloca em posição de desvantagem quando buscam emprego, moradia, estudo, direitos previdenciários e mesmo acesso a tratamento, e produz auto-estigma e baixa auto-estima, contribuindo para pior qualidade de vida. Usualmente, o estigma e a discriminação em relação aos portadores de doenças mentais se estendem a família, amigos e mesmo a profissionais e serviços de saúde mental, observando-se uma discriminação orçamentária da saúde mental nas políticas de saúde pública.

As estratégias para mudar atitudes estigmatizantes usualmente envolvem educação (informações sobre as doenças mentais e seus portadores) – que não se mostra duradoura e não necessariamente muda atitudes, contato por meio da interação direta com portadores e protesto (buscando suprimir atitudes estigmatizadas, principalmente na mídia), sendo esta última a menos eficiente. Mais recentemente, estratégias favorecedoras de empoderamento (empowerment) dos portadores têm sido preconizadas de forma a promover sua participação efetiva no planejamento terapêutico e na própria avaliação dos serviços de saúde mental.



ESTIGMA - CONSEQUÊNCIAS

ABRE
Quando rotulamos alguém, não olhamos para o que essa pessoa realmente é ou sente. 


Se nos referimos a alguém que tem um transtorno mental como “louco”, “esquizofrênico”, “leso” ou “nóia”, esses termos são usados como rótulos e trazem mais sofrimento para estas pessoas.

O uso de rótulos negativos “marca” e desqualifica uma pessoa. Esta marca é o que chamamos de estigma. As pessoas estigmatizadas passam a ser reconhecidas pelos aspectos “negativos” associados a esta marca, ou rótulo.

O estigma é gerado pela desinformação e pelo preconceito e cria um círculo vicioso de discriminação e exclusão social, que perpetuam a desinformação e o preconceito. As conseqüências para as pessoas que sofrem o estigma são muito sérias.
  • O estigma e a discriminação tornam mais difícil para as pessoas que sofrem de algum transtorno mental reconhecer que tem algum problema e procurar apoio e tratamento.
  • Por causa do estigma e da discriminação, as pessoas que sofrem de transtornos mentais são frequentemente tratadas com desrespeito, desconfiança ou medo.
  • O estigma e a discriminação impedem as pessoas que tem problemas de saúde mental de trabalhar, estudar e de relacionar-se com os outros.
  • A rejeição, a incompreensão e a negligência exercem um efeito negativo na pessoa, acarretando ou aumentando o auto-estigma, imagem negativa que os portadores desenvolvem a respeito de si. Estudos têm mostrado que o estigma é a influência mais negativa na vida das pessoas com algum transtorno mental
  • A discriminação causa dano: destrói a auto-estima, causa depressão e ansiedade, cria isolamento e exclusão social.
Por que as pessoas com esquizofrenia são estigmatizadas? Estas pessoas são estigmatizadas porque a família, os amigos e as pessoas em geral não entendem esta doença. A esquizofrenia não é resultado de uma fraqueza da pessoa, nem é causada por problemas familiares ou espirituais.

As pessoas com esquizofrenia não têm "dupla personalidade" e a maioria não é perigosa nem ataca os outros quando adequadamente tratadas. No entanto, o público em geral, e até mesmo alguns profissionais de saúde, tendem a manter uma imagem estereotipada de pessoas com esquizofrenia. Você pode ajudar a combater o estigma, desfazendo equívocos!!


Então, mãos à obra! Comece repensando seu comportamento!
Abraços,
Keliane de Oliveira
Terapeuta Ocupacional

Para Cuidar De Alguém, Há Que Cuidar De Si

Olá! Encontrei no site cuidamos.com este artigo interessantíssimo para todos que se dedicam a cuidar de alguém. Seja este alguém uma criança, um adulto ou um idoso. Geralmente o cuidador familiar,abraça várias funções no cuidar de seu querido parente, e esquece ou ignora suas próprias necessidades. Portanto, é importante fazer a leitura das seguintes dicas e refletir, se você está sendo cuidador só do outro ou se tem cuidado de si também.
Boa Leitura e cuide-se muito bem!

Mesmo que seja um otimista nato, bem-disposto por natureza, tenha saúde para dar e vender, nunca é fácil cuidar de uma pessoa dependente, seja o tempo inteiro ou em tempo parcial. As pressões diárias, o desgaste físico, psicológico e emocional serão inevitáveis se não seguir uma regra extremamente simples: para cuidar bem de alguém, também tem de cuidar bem de si.

Pensamento Positivo

Quando tem alguém ao seu cuidado, seja por que motivo for, as responsabilidades e os afazeres parecem triplicar num abrir e fechar de olhos. A preocupação e a ansiedade podem começar a dominar os seus dias mais depressa do que pensa e pode ser repentinamente bombardeada com pensamentos como “não vou conseguir fazer isto”. Cultive a confiança em si mesmo e nas suas capacidades para tratar de alguém com carinho, respeito e paciência. Ser otimista, pelo menos o suficiente para mudar ou levar a vida para a frente, criando patamares elevados de bem-estar para si e para aqueles que o rodeiam, sempre esteve nas nossas mãos. E está nas suas, basta acreditar em si. Cuidar dessa pessoa é apenas uma das suas responsabilidades, apenas uma parte do seu cotidiano, ou seja, tem de poder pensar sobre outros assuntos e fazer outras atividades. Há sempre alguma coisa boa a acontecer nas nossas vidas, por isso, quando tudo parece correr mal concentre-se nisso.

Não Se Esqueça Da Sua Vida

Vai estar tão envolvida nos cuidados e na atenção que tem de prestar à pessoa dependente, que pode muito bem esquecer-se da sua própria existência, para além daquela que a ocupa acordada ou a dormir, 24 horas por dia. Se continua a trabalhar, não descuide do seu percurso profissional. Se optou por se dedicar 100% a essa pessoa, mantenha-se atento às novidades da sua área, leia e faça pesquisa regularmente, inscreva-se uma ação de formação, frequente um seminário ou dois, para não ficar para trás. Nunca deixe de traçar os seus objetivos e projetos pessoais. Nunca deixe de sonhar. Vai chegar o dia em que, pelos mais diversos motivos, vai deixar de cuidar dessa pessoa e, nessa altura, o objetivo não é retomar ou recomeçar a sua vida, mas sim, continuá-la. 

Proteja A Sua Própria Saúde

Cuidar de uma pessoa totalmente dependente de si pode ser muito esgotante, por isto é muito frequente o aparecimento de problemas de saúde naqueles que as cuidam. Não vai servir de muito à pessoa que está ao seu cuidado se você andar cansado, em baixa e sem energias, deprimido, triste e ansioso. Com um corpo e uma alma neste estado, vai demorar muito mais tempo a fazer as suas tarefas diárias, terá menos paciência e, provavelmente, vai acabar por “descarregar” as suas frustrações na outra pessoa. Como isso não é remédio para ninguém, os segredos para se manter saudável são aqueles que já conhece de cor e salteado: uma alimentação equilibrada, exercício físico e oito horas de sono todas as noites.

Conheça Os Limites

O corpo humano avisa logo quando está a trabalhar demais ou quando o stress está a deixar "os nervos à flor da pele", mas há que estar atento aos sinais. Chegou ao limite se começar a gritar ou a chorar com a mais pequena coisa; se sentir que já não se consegue concentrar e que tudo está a fugir ao seu controle; se sentir tensão ou dor muscular, dores de barriga ou de cabeça; se tiver dificuldades em dormir e/ou acordar; se adoecer mais facilmente; se começou a fumar, a beber ou a comer mais do que o habitual. Reduza a velocidade, procure um amigo com quem possa falar, peça ajuda, presenteie-se com alguma coisa que goste particularmente. Se mesmo assim não se sentir melhor após alguns dias, procure o seu médico.

Atividades Para Descomprimir

Fazer uma pausa é fundamental para libertar stress e ansiedade acumuladas, assim como para manter a força necessária para levar a cabo esta sua importante missão. Um dia ou algumas horas só para si basta – o tempo não é importante, mas sim aquilo que faz com ele. Almoce com um amigo ou vá ao cinema. Leia um livro para se abstrair ou escreva num diário para libertar todos os seus anseios, medos e desilusões. Não é o fim do mundo, por isso, não se esqueça de rir! Quando estiver a desfrutar de momentos de convívio com amigos ou familiares – num almoço ou numa festa – tente não monopolizar a conversa com a sua atual situação e as dificuldades diárias inerentes. Se estiver a gozar uma atividade sozinha – como uma bem merecida massagem ou uma revitalizante ida ao ginásio – procure não pensar se a pessoa da qual cuida estará bem ou nas quinhentas coisas que tem de fazer mal chegue a casa. Concentre-se apenas na diversão e no quão relaxado finalmente se sente! Vai ver como consegue!

Ultrapassar Os Sentimentos De Culpa

Vai sentir muitas vezes que não é capaz ou que quer deixar de tomar conta dessa pessoa imediatamente. Pode, inclusive, culpá-la pela situação em que se encontram. Não o faça, porque não é justo, nem para um, nem para o outro. A partir do momento em que assumiu esse compromisso e sabe que está a dar o litro e que melhor é impossível, então a culpa só está a atrapalhar. Daí a importância de encontrar e realizar atividades que lhe permitam descarregar todos esses pensamentos negativos, sem sentimentos de culpa. Até porque a sua vida continua a ser sua, não passou a ser refém da outra pessoa.

Manter Uma Rede De Familiares E Amigos De Confiança

Para além de estarem presentes nos momentos de desabafo, são as pessoas ideais para lhe darem uma mão sempre que sentir que o seu “prato está a ficar muito cheio”. Quando alguém disser: “posso fazer alguma coisa para ajudar?”, diga que sim! Por mais boa vontade que tenha, não vai conseguir fazer tudo sozinha, nem deve. Ou seja, não tenha receio de dizer que precisa de ajuda, pelo contrário, aproveite cada uma dessas boas vontades e vai ver como depressa tem em casa a roupa que estava na lavandaria ou pode descansar porque o seu carro já foi à revisão. Se preferir resolver os seus próprios assuntos, peça a um amigo que fique em casa com o doente, enquanto sai para fazer tudo aquilo que precisa e que até lhe vai fazer bem. Outra dica que pode ser útil é nomear um membro da família ou alguém do círculo de amigos para ser o “comunicador”. O “comunicador” é a pessoa a quem relata os progressos e recaídas da pessoa dependente ou qualquer novidade ou informação relevante sobre a sua situação, para que essa possa manter o restante dos familiares/amigos a par. O que ganha com isso? Não tem de estar constantemente preocupada em ter de ligar para este ou para aquele, nem passar telefonema após telefonema a repetir as mesmas frases. Se delegar algumas das suas responsabilidades, por uma hora ou por um dia, já vai sentir o peso que tem nos ombros um pouco mais leves.

Uma Boa Dose De Amor E Paixão

Por vezes, a dedicação e entrega àquela pessoa a que nos propusemos cuidar é tal, que esquecemos aqueles que sempre estiveram igualmente pertos. Não se feche numa caixinha exclusivamente com essa pessoa que, de fato, precisa de si. O importante é não se esquecer de quem sempre esteve ao seu lado – marido, mulher, filhos, namorada, namorado. Não perca as relações existentes e não se distancie das pessoas. Namorar um pouco ou passar um serão em família no final de um dia inteiro passado a tratar de outra pessoa pode fazer maravilhas. Deixe que alguém também trate de si. E não se esqueça: às vezes, é preciso receber para poder dar.

Depois destas dicas do cuidamos.com, eu gostaria de acrescentar que este cuidado dedicado a pessoas dependentes, se dá em diversas situações e não há como desconsiderar os laços de afeto por estas pessoas (geralmente filhos ou pais). Com estas dicas não queremos apontar estes dependentes como "peso". São pessoas que no momento necessitam de cuidado e assistência a maior parte do tempo, mas neste post as dicas não são voltadas a estas pessoas, e sim àqueles que lhes dedicam cuidado. Se queres mesmo oferecer um cuidado de qualidade para seu familiar, lembre-se que você precisa de qualidade de vida. 
Então, cuide-se!
Abraços,
Keliane de Oliveira
Terapeuta Ocupacional