Terapia Ocupacional em Destaque

Terapia Ocupacional em Destaque

Terapia Ocupacional

"É um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia das pessoas que, por razões ligadas a problemática específica, físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais, apresentam, temporariamente ou definitivamente, dificuldade na inserção e participação na vida social. As intervenções e Terapia Ocupacional dimensionam-se pelo uso da atividade, elemento centralizador e orientador, na construção complexa e contextualizada do processo terapêutico"

Referência: World Federation of Occupational Therapy; Associação Brasileira de Terapia Ocupacional; Centro de Estudos de Terapia Ocupacional - Ceto. Definições de Terapia Ocupacional. Lins: Faculdades Salesianas de Lins, 2003. (p.70)

Conheça este profissional e usufrua de suas capacidades.

Sejam todos muito bem vindos!

domingo, 27 de março de 2011

10 dicas para lidar com idoso com perda de memória

O passado no presente: A maior parte dos doentes com Alzheimer passa a viver no passado, ou seja, a sua memória de longa duração substitui a memória de curto prazo. Isto significa que, embora possam lembrar-se nitidamente do que aconteceu há 30 anos atrás, não conseguem recordar daquilo que almoçaram há 2 horas atrás. Como contornar esta situação? Não contornando, ou seja, deve-se aproveitar para conversar com o idoso sempre que ele quiser, sobre aquilo que ele quiser.

Curto e simples: Quando comunicar com um idoso que sofre de perda de memória, faça-o com frases curtas e simples, ou seja, de muito fácil compreensão. Utilize um vocabulário direto, evitando expressões e eufemismos que podem apenas confundir o idoso. Para além disso, faça apenas uma pergunta ou solicitação de cada vez.

Tempo de resposta: Mesmo com uma comunicação simples, direta e curta, quem vive com a perda de memória necessita de tempo para responder àquilo que lhe foi perguntado ou pedido. Dê ao idoso todo o tempo que precisar para pensar no que lhe foi dito e formular a sua resposta, sem o apressar ou interromper o seu raciocínio. Se vir que pode ser útil, repita o pedido ou a questão.

Repetições, repetições, repetições: A comunicação com um idoso com perda de memória vai certamente estar recheada de frases e perguntas repetidas. Embora possa ser frustrante para quem está a ouvir, em vez de dizer “ainda agora acabei de te dizer”, tenha paciência e volte a repetir a resposta ou a pergunta, de preferência igual ou muito parecido com a resposta anterior, para evitar confundir o idoso.

Outras formas de comunicação: Infelizmente, a perda de memória pode afetar a comunicação verbal de um idoso, que pode ter dificuldade em expressar os seus pensamentos ou formular frases completas e coerentes – algumas pessoas até deixam de falar. Se a fala representa um obstáculo na comunicação com um idoso com perda de memória, mune-se de outras formas de comunicar: esteja atento à linguagem corporal e às expressões faciais, tanto do idoso como as suas – evite movimentos bruscos e revirar os olhos, por exemplo. Por vezes, apontar para algum objeto pode facilitar a comunicação, por isso, peça ao idoso para fazer o mesmo quando estiver com dificuldades em transmitir alguma ideia.

Erros e desentendimentos: Quem sofre de perda de memória nem sempre encontra as palavras certas para comunicar o que pretende, podendo substitui-las por outras que nada têm a ver com o assunto em questão. Esteja sempre muito atento ao desenrolar de qualquer conversa, procurando entender, mesmo por meias palavras, aquilo que o idoso está a tentar comunicar. Recorra a outras formas de comunicação – caso da gestual – se for necessário, mas evite chamar a atenção do idoso ou rir dele porque utilizou a palavra errada ou trocou o sentido a uma frase. Fazer isso pode levar a sentimentos de frustração, raiva, tristeza, falta de confiança e dignidade. O que importa é o significado daquilo que está a ser dito e não a forma como é dito: focalize-se nisso.

Mimos e carinhos: A perda de memória não significa a perda de emoção, por isso, mime o idoso com carinhos especiais. O esquecimento e a dificuldade em comunicar pode frustrar o idoso, levando-o à depressão e ao isolamento, o que significa que precisa, mais do que nunca, do sentimento de pertencimento e de segurança. Faça-lhe companhia numa das suas atividades preferidas, segure-lhe na mão, faça-lhe uma carícia no rosto ou dê-lhe um abraço forte – são gestos tão ou mais poderosos do que as palavras.

Vigilância atenta: Cerca de 60% dos doentes com Alzheimer acabam por se perder, vagueando sem sentido e sem conseguir voltar ao seu ponto de partida, devido à perda de memória. Para evitar situações como esta, assegure que não deixou as portas e/ou janelas da casa abertas; se tem receio que o idoso possa vaguear, não lhe peça para ir buscar o correio ou levar o lixo sozinho; não deixe o idoso conduzir ou andar de transportes públicos sozinho.

Personalidade própria: Apesar da perda de memória, o idoso continua, no fundo, a ser a mesma pessoa, com os mesmos gostos. Só porque a sua memória já não é o que era, não significa que não possa desfrutar de atividades e momentos de lazer que sempre apreciou. Você, melhor do que ninguém, conhece essa pessoa, por isso, faça por honrar a sua personalidade: se o idoso gosta de passear, acompanhe-o; se gosta particularmente de determinado programa televisivo, faça questão de ligar a TV na hora da sua emissão.

Paciência e disponibilidade: Se cuidar de um idoso já é exigente, lidar de perto com um idoso que sofre de perda de memória pode ser um desafio ainda maior. Depois de uma vida longa e preenchida, a terceira idade, com todos os seus obstáculos, pode ser fonte de depressão e desânimo para muitos idosos, os quais contam com os seus familiares e amigos diretos para os acompanhar nos últimos anos de vida. Esse acompanhamento requer, acima de tudo, disponibilidade e paciência, duas preciosidades. Nunca é demais lembrar que, para conseguir isso com sucesso e saúde, quem cuida de alguém também tem de cuidar de si.

Fonte: http://www.planosdesaudesenior.com.br/blog

Agora ao final destas dicas, quero compartilhar com vocês este vídeo que foi utilizado em uma campanha.

Vídeo da Alzheimer’s Disease International, em campanha para conscientização sobre a doença de Alzheimer. Neste vídeo, é a filha que demonstra sinais da doença de Alzheimer: “Rose tem 78 anos e sua filha é portadora de Alzheimer. Quem cuida de quem?”


Abraços,
Keliane

Com o que você tem se ocupado? Parte I Lazer

Por ser a Terapia Ocupacional, a ciência que dirige suas atenções para a ocupação humana, dedicarei um espaço para compartilhar algumas reflexões acerca das atividades humanas. Esta é a primeira parte desta conversa. Espero que seja prazeroso e significativo para você

 
Muitas pessoas questionam sobre qual seria a maneira de ganhar, manter ou restabelecer sua saúde mental e física. Sabe-se que muitos hábitos e interesses influenciam neste caminho, e todos eles relacionam-se com a Ocupação Humana. Ocupação é o aspecto central da experiência humana. E a maneira como interagimos com o contexto diz respeito ao nosso desempenho ocupacional.

Ao longa da vida, desempenhamos diversos papéis. Papel de filho, de estudante, de dependente, de namorado, de namorador, de trabalhador, de esposo, de provedor, de empreendedor, de dependente... São muitos os papéis que assumimos e neste caminho de papel em papel a sociedade tem grande influencia nas nossas escolhas e condutas, afinal somos seres sociais com identidades sociais.

A Ocupação Humana, diz respeito as atividades com as quais nos envolvemos durante a vida e por variados motivos. Diz respeito aos nossos hábitos, motivações e ao nosso desempenho. Ocupar-se portanto não é somente envolver-se com qualquer coisa. Ocupar-se diz muito sobre o sujeito. Diz respeito às nossas experiências. E portanto cada um de nós tem um histórico ocupacional. Este histórico relaciona-se às nossas escolhas, preferências e papéis sociais.
 Gostaria de convidá-lo agora a pensar com o que você tem se ocupado?

 Pense na sua rotina. Você provavelmente já ouviu dizer que o ideal para aproveitarmos com qualidade as nossas 24 horas diárias seria dividindo-as em três, onde 8 horas seriam dedicadas ao trabalho (adulto), 8 para o lazer e 8 para o sono. Mas e você? Como tem dividido as suas 24 horas?
Alguns dormem mais de 8 outros menos...outros trabalham mais de 8 e muitos não dedicam nem mesmo 1 hora do dia ao lazer...Muitas vezes deixamos para fazer algo prazeroso, alguma atividade significativa somente aos finais de semana. E muitíssimas vezes limitamos este lazer a nos sentarmos em frente ao televisor.
   
As atividades humanas geralmente são ricas de trocas, e através de seu desempenho temos oportunidades de desenvolver aspectos motores, perceptivos, intelectuais e neurológicos. São muitos os benefícios que uma atividade de lazer de sua preferência pode trazer-lhe.

Um simples jogo de cartas, pode estimular muitas funções importantes para corpo e mente. Alguns exemplos: raciocínio lógico, uso de estratégias, concentração, atenção, memória, equilíbrio na posição sentada, coordenação e manipulação de cartas, socialização, dentre outras. Existem muitas e muitas opções de lazer, e estas atividades são de suma importância ao longo da vida, ou seja tanto crianças como adultos e idosos precisam ter inseridas em sua rotina atividades de lazer.

Então pense bem. Ao invés de mergulhar apenas em atividades isoladas, como de trabalho ou soneca, busque maior qualidade de vida através de atividades que lhe sejam significativas e que sejam ricas de estímulos que favorecerão sua saúde. Você se diverte, alivia as tensões do dia a dia e se previne de futuramente experimentar alguns prejuízos que podem comprometer muito sua autonomia e independência.

Muito precisa ser dito a respeito do lazer. Neste post pretendi apenas fazer-lhe um convite à reflexão. Em outros momentos trarei muito mais a respeito.

E lembre-se, a ocupação da qual a Terapia Ocupacional atenta-se, é a Ocupação Humana com todas as peculiaridades que lhe cabe e não uma ocupação vazia de envolvimento e significado. Cuide-se!

Em breve a parte II
Terapia Ocupacional, só com Terapeuta Ocupacional.

Abraço,
Keliane

domingo, 20 de março de 2011

Ser diferente não é normal?

As pessoas de uma forma geral, se assustam e se surpreendem quando digo que trabalho com intervenções em saúde mental (transtornos de humor, esquizofrenia, transtorno obsessivo compulsivo, entre outros). A idéia que a comunidade faz sobre os sofrimentos mentais, muitas vezes vai muito além do que eles realmente representam e podem contribuir muito para o agravo ou melhora neste sofrimento.

Isolamento Social
Muitas pessoas tem receio de conviver com outras que experimentam o sofrimento mental, como se ele fosse contagioso...infelizmente nesta história o que é contagioso é o preconceito e a discriminação. Frequentemente idéias equivocadas são difundidas sobre diversos transtornos e isto reflete com certeza na qualidade de vida destas pessoas.

Portanto gostaria de dividir com vocês algumas reflexões sobre o que tenho ouvido da população geral e da população que sofre com algum transtorno mental.

No cotidiano, em meio a tantos encontros uns felizes outros nem tanto, ouço de tudo um pouco. E infelizmente muitas coisas me incomodam demasiadamente.

 De um lado os comentários são geralmente depreciativos e sem conhecimento...

"- Eles são loucos?"
"- Dizem que são agressivos."
"- Eu tenho medo deles."
"- Depressivo é gente que tem muito tempo pra ficar se lamentando."

De outro lado os comentários são cheios de medo e de tristeza...

"- Eu evito sair, porque sinto que minha presença incomoda as pessoas."
"- Eu já nem tento fazer amizades, porque sei que vou ser mal tratado."
"- Eu não saio pra não incomodar ninguém."
"- Eu acho que as pessoas não vão querer se relacionar comigo."
"- Eu tenho medo das pessoas. Elas no geral costumam ser cruéis."
"- Eu não estou triste, em casa e de cama porque quero, a doença faz isso. Se dependesse do meu querer eu estaria trabalhando e vivendo bem."

É importante compreender que quanto mais isolamos as pessoas, sejam elas portadoras de sofrimentos mentais ou físicos, ou mesmo pessoas que não experimentam nenhum tipo de sofrimento, menos colaboramos para seu bem estar e mais contribuimos para o agravamento do seu caso. E o convívio em sociedade é um direito que lhes assiste como a qualquer cidadão.

Por que ter medo? Porque se desconhece. Transtornos mentais podem fazer parte de qualquer família, e possivelmente você não gostaria de ser mal tratado ou isolado, nem de ver um familiar nesta situação, quando na verdade o convívio social pode ajudar na sua adequação, qualidade de vida e funcionamento social.

O convívio social de qualidade é um excelente aliado à medicação psiquiátrica e contribui muito para a melhora do paciente. Muitas vezes em minhas intervenções ao transitar pela cidade acompanhando alguém que está em tratamento, observo como as pessoas não sabem como reagir, não sabem como se comportar diante do outro. E isto é muito assustador para os pacientes e dificulta todo o processo de tratamento.

Toda discriminação e preconceito faz com que as pessoas tenham menos acesso aos estudos, a oportunidades de emprego, á profissionalização, ao convivio social de modo geral, consequentemente a uma redução das relações afetivas. Tudo isto pode ter menos impacto na vida destas pessoas se você colaborar. Um bom começo é não julgar...afinal ser diferente não é normal?



Abraços,
Keliane
Terapeuta Ocupacional






Um encontro especial

Boa Tarde

Venho compartilhar neste espaço um encontro muito especial entre estudantes de terapia ocupacional e terapeutas. Foi na manhã de sábado (19/03). Conversamos e debatemos sobre os pacientes que por variadas situações experimentam prejuízos de memória, atenção, planejamento e sequenciamento de atividades, tomada de decisão, resolução de problemas entre outras funções muito importantes no desenvolvimento de quaisquer atividades, sejam elas de vida diária (auto-cuidado, alimentação), prática (pegar ônibus, fazer compras), lazer, socialização ou trabalho.

Constantemente chegam para terapeutas ocupacionais pessoas que experimentam alteração de memória, dificuldade de organização no espaço e no tempo, e isto geralmente vem cercado de sofrimento emocional.

Neste encontro discutimos um pouco sobre estas questões e as formas de abordar com bons resultados para o paciente e a família. Seguem algumas fotos deste encontro. Abraços.




Esse foi o primeiro encontro. Ainda faremos muitos.