Terapia Ocupacional em Destaque

Terapia Ocupacional em Destaque

Terapia Ocupacional

"É um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia das pessoas que, por razões ligadas a problemática específica, físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais, apresentam, temporariamente ou definitivamente, dificuldade na inserção e participação na vida social. As intervenções e Terapia Ocupacional dimensionam-se pelo uso da atividade, elemento centralizador e orientador, na construção complexa e contextualizada do processo terapêutico"

Referência: World Federation of Occupational Therapy; Associação Brasileira de Terapia Ocupacional; Centro de Estudos de Terapia Ocupacional - Ceto. Definições de Terapia Ocupacional. Lins: Faculdades Salesianas de Lins, 2003. (p.70)

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terça-feira, 17 de maio de 2011

Esquizofrenia e Estigma - Precisamos refletir

Venho conversar neste post sobre este tema, pois ele é de suma importância para a manutenção da saúde mental em sociedade. E observo na minha prática, como terapeuta, como o estigma representa uma porta fechada para muitos caminhos na vida da pessoa com esquizofrenia e muitas vezes de sua família. 


A intervenção da terapia ocupacional com este público se dá de forma individual ou em grupo, em consultório, CAPS/CERSAM, em atendimento domiciliar ou acompanhamento terapêutico. Um dos principais objetivos da prática da terapia ocupacional com este público é melhorar o funcionamento social. Para isto faz-se necessário a estimulação de várias habilidades do indivíduo para vencer o isolamento e frequentemente as grandes barreiras aparecem da sociedade para com eles, caracterizadas como estigma e discriminação.


Aqui o estigma está sendo tratado em relação à esquizofrenia, mas ele existe em situações diversas de saúde/doença.


Este artigo foi extraído do site da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia (ABRE), e fornece conteúdo muito interessante sobre o conceito de estigma e suas consequencias. 


Para ler e refletir, pois este comportamento é social. Como você tem se comportado com relação a isto? 


ESTIGMA - CONCEITO

Prof. Dr. Miguel Roberto Jorge
A palavra estigma tem origem grega e significa marcar, pontuar. Os gregos marcavam o corpo de pessoas quando buscavam evidenciar alguma coisa de extraordinário ou mau sobre seu status moral e assim possibilitavam que ela fosse facilmente identificada e evitada. Um estigma é na realidade um tipo especial de relação entre um atributo da pessoa e um estereótipo negativo e acaba sendo visto como algo que a define mais do que um rótulo a ela aplicado. O estigma está relacionado a conhecimentos insuficientes ou inadequados (estereótipos), que leva a preconceitos (pressupostos negativos), à discriminação (comportamentos de rejeição) e ao distanciamento social da pessoa estigmatizada.

Estudos realizados desde os anos 1950 demonstram que as pessoas em geral apresentam grande desconhecimento sobre as doenças mentais e uma reação negativa diante dos doentes mentais, considerando-os “relativamente perigosos, sujos, imprevisíveis e sem valor”. Essa percepção acaba por provocar sentimentos de “medo, desconfiança e aversão” pelos portadores de doenças mentais. O processo de desinstitucionalização dos doentes mentais – fechando hospitais psiquiátricos e abrindo serviços comunitários e residências terapêuticas – infelizmente tem contribuído para o crescimento do estigma na medida em que a população fica mais exposta a contatos com doentes mentais graves, sem o necessário incremento de informações sobre a real situação deles. A idéia de que os doentes mentais são violentos é muitas vezes difundida pela mídia e não encontra respaldo na realidade na medida em que, na maioria das vezes, os portadores são mais vítimas de violência que perpetradores desta.

Assim, o estigma relacionado às doenças mentais, além de associar-se a  uma visão estereotipada de imprevisibilidade e violência, associa-se também à negação de direitos humanos dos portadores, freqüentemente contribui para sua exclusão social e os coloca em posição de desvantagem quando buscam emprego, moradia, estudo, direitos previdenciários e mesmo acesso a tratamento, e produz auto-estigma e baixa auto-estima, contribuindo para pior qualidade de vida. Usualmente, o estigma e a discriminação em relação aos portadores de doenças mentais se estendem a família, amigos e mesmo a profissionais e serviços de saúde mental, observando-se uma discriminação orçamentária da saúde mental nas políticas de saúde pública.

As estratégias para mudar atitudes estigmatizantes usualmente envolvem educação (informações sobre as doenças mentais e seus portadores) – que não se mostra duradoura e não necessariamente muda atitudes, contato por meio da interação direta com portadores e protesto (buscando suprimir atitudes estigmatizadas, principalmente na mídia), sendo esta última a menos eficiente. Mais recentemente, estratégias favorecedoras de empoderamento (empowerment) dos portadores têm sido preconizadas de forma a promover sua participação efetiva no planejamento terapêutico e na própria avaliação dos serviços de saúde mental.



ESTIGMA - CONSEQUÊNCIAS

ABRE
Quando rotulamos alguém, não olhamos para o que essa pessoa realmente é ou sente. 


Se nos referimos a alguém que tem um transtorno mental como “louco”, “esquizofrênico”, “leso” ou “nóia”, esses termos são usados como rótulos e trazem mais sofrimento para estas pessoas.

O uso de rótulos negativos “marca” e desqualifica uma pessoa. Esta marca é o que chamamos de estigma. As pessoas estigmatizadas passam a ser reconhecidas pelos aspectos “negativos” associados a esta marca, ou rótulo.

O estigma é gerado pela desinformação e pelo preconceito e cria um círculo vicioso de discriminação e exclusão social, que perpetuam a desinformação e o preconceito. As conseqüências para as pessoas que sofrem o estigma são muito sérias.
  • O estigma e a discriminação tornam mais difícil para as pessoas que sofrem de algum transtorno mental reconhecer que tem algum problema e procurar apoio e tratamento.
  • Por causa do estigma e da discriminação, as pessoas que sofrem de transtornos mentais são frequentemente tratadas com desrespeito, desconfiança ou medo.
  • O estigma e a discriminação impedem as pessoas que tem problemas de saúde mental de trabalhar, estudar e de relacionar-se com os outros.
  • A rejeição, a incompreensão e a negligência exercem um efeito negativo na pessoa, acarretando ou aumentando o auto-estigma, imagem negativa que os portadores desenvolvem a respeito de si. Estudos têm mostrado que o estigma é a influência mais negativa na vida das pessoas com algum transtorno mental
  • A discriminação causa dano: destrói a auto-estima, causa depressão e ansiedade, cria isolamento e exclusão social.
Por que as pessoas com esquizofrenia são estigmatizadas? Estas pessoas são estigmatizadas porque a família, os amigos e as pessoas em geral não entendem esta doença. A esquizofrenia não é resultado de uma fraqueza da pessoa, nem é causada por problemas familiares ou espirituais.

As pessoas com esquizofrenia não têm "dupla personalidade" e a maioria não é perigosa nem ataca os outros quando adequadamente tratadas. No entanto, o público em geral, e até mesmo alguns profissionais de saúde, tendem a manter uma imagem estereotipada de pessoas com esquizofrenia. Você pode ajudar a combater o estigma, desfazendo equívocos!!


Então, mãos à obra! Comece repensando seu comportamento!
Abraços,
Keliane de Oliveira
Terapeuta Ocupacional

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