Venho conversar neste post sobre este tema, pois ele é de suma importância para a manutenção da saúde mental em sociedade. E observo na minha prática, como terapeuta, como o estigma representa uma porta fechada para muitos caminhos na vida da pessoa com esquizofrenia e muitas vezes de sua família.
A intervenção da terapia ocupacional com este público se dá de forma individual ou em grupo, em consultório, CAPS/CERSAM, em atendimento domiciliar ou acompanhamento terapêutico. Um dos principais objetivos da prática da terapia ocupacional com este público é melhorar o funcionamento social. Para isto faz-se necessário a estimulação de várias habilidades do indivíduo para vencer o isolamento e frequentemente as grandes barreiras aparecem da sociedade para com eles, caracterizadas como estigma e discriminação.
Aqui o estigma está sendo tratado em relação à esquizofrenia, mas ele existe em situações diversas de saúde/doença.
Este artigo foi extraído do site da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia (ABRE), e fornece conteúdo muito interessante sobre o conceito de estigma e suas consequencias.
Para ler e refletir, pois este comportamento é social. Como você tem se comportado com relação a isto?
A intervenção da terapia ocupacional com este público se dá de forma individual ou em grupo, em consultório, CAPS/CERSAM, em atendimento domiciliar ou acompanhamento terapêutico. Um dos principais objetivos da prática da terapia ocupacional com este público é melhorar o funcionamento social. Para isto faz-se necessário a estimulação de várias habilidades do indivíduo para vencer o isolamento e frequentemente as grandes barreiras aparecem da sociedade para com eles, caracterizadas como estigma e discriminação.
Aqui o estigma está sendo tratado em relação à esquizofrenia, mas ele existe em situações diversas de saúde/doença.
Este artigo foi extraído do site da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia (ABRE), e fornece conteúdo muito interessante sobre o conceito de estigma e suas consequencias.
Para ler e refletir, pois este comportamento é social. Como você tem se comportado com relação a isto?
ESTIGMA - CONCEITO
Prof. Dr. Miguel Roberto Jorge
A palavra estigma tem origem grega e significa marcar, pontuar. Os gregos marcavam o corpo de pessoas quando buscavam evidenciar alguma coisa de extraordinário ou mau sobre seu status moral e assim possibilitavam que ela fosse facilmente identificada e evitada. Um estigma é na realidade um tipo especial de relação entre um atributo da pessoa e um estereótipo negativo e acaba sendo visto como algo que a define mais do que um rótulo a ela aplicado. O estigma está relacionado a conhecimentos insuficientes ou inadequados (estereótipos), que leva a preconceitos (pressupostos negativos), à discriminação (comportamentos de rejeição) e ao distanciamento social da pessoa estigmatizada.
Estudos realizados desde os anos 1950 demonstram que as pessoas em geral apresentam grande desconhecimento sobre as doenças mentais e uma reação negativa diante dos doentes mentais, considerando-os “relativamente perigosos, sujos, imprevisíveis e sem valor”. Essa percepção acaba por provocar sentimentos de “medo, desconfiança e aversão” pelos portadores de doenças mentais. O processo de desinstitucionalização dos doentes mentais – fechando hospitais psiquiátricos e abrindo serviços comunitários e residências terapêuticas – infelizmente tem contribuído para o crescimento do estigma na medida em que a população fica mais exposta a contatos com doentes mentais graves, sem o necessário incremento de informações sobre a real situação deles. A idéia de que os doentes mentais são violentos é muitas vezes difundida pela mídia e não encontra respaldo na realidade na medida em que, na maioria das vezes, os portadores são mais vítimas de violência que perpetradores desta.
Estudos realizados desde os anos 1950 demonstram que as pessoas em geral apresentam grande desconhecimento sobre as doenças mentais e uma reação negativa diante dos doentes mentais, considerando-os “relativamente perigosos, sujos, imprevisíveis e sem valor”. Essa percepção acaba por provocar sentimentos de “medo, desconfiança e aversão” pelos portadores de doenças mentais. O processo de desinstitucionalização dos doentes mentais – fechando hospitais psiquiátricos e abrindo serviços comunitários e residências terapêuticas – infelizmente tem contribuído para o crescimento do estigma na medida em que a população fica mais exposta a contatos com doentes mentais graves, sem o necessário incremento de informações sobre a real situação deles. A idéia de que os doentes mentais são violentos é muitas vezes difundida pela mídia e não encontra respaldo na realidade na medida em que, na maioria das vezes, os portadores são mais vítimas de violência que perpetradores desta.
Assim, o estigma relacionado às doenças mentais, além de associar-se a uma visão estereotipada de imprevisibilidade e violência, associa-se também à negação de direitos humanos dos portadores, freqüentemente contribui para sua exclusão social e os coloca em posição de desvantagem quando buscam emprego, moradia, estudo, direitos previdenciários e mesmo acesso a tratamento, e produz auto-estigma e baixa auto-estima, contribuindo para pior qualidade de vida. Usualmente, o estigma e a discriminação em relação aos portadores de doenças mentais se estendem a família, amigos e mesmo a profissionais e serviços de saúde mental, observando-se uma discriminação orçamentária da saúde mental nas políticas de saúde pública.
As estratégias para mudar atitudes estigmatizantes usualmente envolvem educação (informações sobre as doenças mentais e seus portadores) – que não se mostra duradoura e não necessariamente muda atitudes, contato por meio da interação direta com portadores e protesto (buscando suprimir atitudes estigmatizadas, principalmente na mídia), sendo esta última a menos eficiente. Mais recentemente, estratégias favorecedoras de empoderamento (empowerment) dos portadores têm sido preconizadas de forma a promover sua participação efetiva no planejamento terapêutico e na própria avaliação dos serviços de saúde mental.
ESTIGMA - CONSEQUÊNCIAS
ABRE
Quando rotulamos alguém, não olhamos para o que essa pessoa realmente é ou sente.
Se nos referimos a alguém que tem um transtorno mental como “louco”, “esquizofrênico”, “leso” ou “nóia”, esses termos são usados como rótulos e trazem mais sofrimento para estas pessoas.
O uso de rótulos negativos “marca” e desqualifica uma pessoa. Esta marca é o que chamamos de estigma. As pessoas estigmatizadas passam a ser reconhecidas pelos aspectos “negativos” associados a esta marca, ou rótulo.
O estigma é gerado pela desinformação e pelo preconceito e cria um círculo vicioso de discriminação e exclusão social, que perpetuam a desinformação e o preconceito. As conseqüências para as pessoas que sofrem o estigma são muito sérias.
- O estigma e a discriminação tornam mais difícil para as pessoas que sofrem de algum transtorno mental reconhecer que tem algum problema e procurar apoio e tratamento.
- Por causa do estigma e da discriminação, as pessoas que sofrem de transtornos mentais são frequentemente tratadas com desrespeito, desconfiança ou medo.
- O estigma e a discriminação impedem as pessoas que tem problemas de saúde mental de trabalhar, estudar e de relacionar-se com os outros.
- A rejeição, a incompreensão e a negligência exercem um efeito negativo na pessoa, acarretando ou aumentando o auto-estigma, imagem negativa que os portadores desenvolvem a respeito de si. Estudos têm mostrado que o estigma é a influência mais negativa na vida das pessoas com algum transtorno mental
- A discriminação causa dano: destrói a auto-estima, causa depressão e ansiedade, cria isolamento e exclusão social.
Por que as pessoas com esquizofrenia são estigmatizadas? Estas pessoas são estigmatizadas porque a família, os amigos e as pessoas em geral não entendem esta doença. A esquizofrenia não é resultado de uma fraqueza da pessoa, nem é causada por problemas familiares ou espirituais.
As pessoas com esquizofrenia não têm "dupla personalidade" e a maioria não é perigosa nem ataca os outros quando adequadamente tratadas. No entanto, o público em geral, e até mesmo alguns profissionais de saúde, tendem a manter uma imagem estereotipada de pessoas com esquizofrenia. Você pode ajudar a combater o estigma, desfazendo equívocos!!
As pessoas com esquizofrenia não têm "dupla personalidade" e a maioria não é perigosa nem ataca os outros quando adequadamente tratadas. No entanto, o público em geral, e até mesmo alguns profissionais de saúde, tendem a manter uma imagem estereotipada de pessoas com esquizofrenia. Você pode ajudar a combater o estigma, desfazendo equívocos!!
Então, mãos à obra! Comece repensando seu comportamento!
Abraços,
Keliane de Oliveira
Terapeuta Ocupacional
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