Terapia Ocupacional em Destaque

Terapia Ocupacional em Destaque

Terapia Ocupacional

"É um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia das pessoas que, por razões ligadas a problemática específica, físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais, apresentam, temporariamente ou definitivamente, dificuldade na inserção e participação na vida social. As intervenções e Terapia Ocupacional dimensionam-se pelo uso da atividade, elemento centralizador e orientador, na construção complexa e contextualizada do processo terapêutico"

Referência: World Federation of Occupational Therapy; Associação Brasileira de Terapia Ocupacional; Centro de Estudos de Terapia Ocupacional - Ceto. Definições de Terapia Ocupacional. Lins: Faculdades Salesianas de Lins, 2003. (p.70)

Conheça este profissional e usufrua de suas capacidades.

Sejam todos muito bem vindos!

terça-feira, 9 de agosto de 2016

ALGUNS DIZERES SOBRE TERAPIA OCUPACIONAL E LAZER

Olá!!!! 

Hoje convidamos a Terapeuta ocupacional Adriana Gonçalves Queiroz, mestre e doutoranda do Programa de Estudo do Lazer da UFMG e sócia-fundadora do Projeto Lazer Sem Limites, para trazer ao blog contribuições sobre a Terapia Ocupacional e Lazer! Lembrando que no dia 20/08 teremos um Workshop com ela sobre este tema! Boa leitura a todos!!!



 ALGUNS DIZERES SOBRE TERAPIA OCUPACIONAL E LAZER

Adriana Gonçalves Queiroz(1)

Enquanto de longe, dessa "hidromassagem natural", eu olhava moradores, cuidadores, estagiárias e uma supervisora parceira; enquanto encantava-me com as tomadas de decisões, com as explorações do espaço, com a educação diante de tanta comida, com os olhos brilhando, com o aventurar-se daquelas pessoas em águas novas, agradeci a Deus. (Parte de post em minha página no Facebook em fevereiro de 2014)

De acordo com a Associação Americana de Terapia Ocupacional (AOTA, 2015), na Estrutura da prática da Terapia Ocupacional: domínio & processo ocupações são, de forma geral, atividades significativas para o (s) indivíduo (s), que são importantes para a construção de sua identidade e senso de competência, assim como são edificadas e influenciadas pela participação do indivíduo em determinado contexto, cultura, história e subjetividade.
Terapeutas ocupacionais interessam-se e buscam compreender as ocupações nas quais seus usuários têm se engajado. No entanto, muitas vezes, focam apenas nas atividades de vida diária, atividades instrumentais de vida diária e trabalho. Ainda, poucos profissionais debruçam-se sobre o lazer de seus clientes, não apenas como um ponto da vida, mas como um fator importante de sua participação na sociedade, família, amizades, exercício da cidadania, meio para um fim terapêutico ou fim em si mesmo, ou em um paradigma ainda mais abrangente: uma necessidade humana.
Gomes (2014) pontua que o lazer é permeado pela construção histórica e cultural na qual o indivíduo está. Dessa forma, seu lazer é atravessado por esses fatores. Lazer, para essa autora, é uma necessidade tal qual as fisiológicas que precisa ser satisfeita. A forma de abordar, vivenciar, problematizar, refletir sobre esta necessidade é que se apresenta como questão no processo terapêutico ocupacional.
Nesse viés, pensar o lazer em uma forma dicotômica em relação ao trabalho é reforçar os valores capitalistas em que a sociedade tem se pautado. Terapeutas ocupacionais geralmente se veem às voltas com pessoas que não se encaixam na dureza da produtividade capitalista, mesmo com políticas públicas que se voltem a sua inserção no mercado de trabalho como a direcionada às pessoas com necessidades especiais e às de economia solidária. A subjetividade e a história ocupacional e de vida de cada indivíduo com o qual o terapeuta ocupacional irá trabalhar deverão ser escutadas e respeitadas. As complexidades e singularidades dos clientes que os terapeutas ocupacionais atendem remetem-se a um conceito de Lazer que possibilite a estes que sejam vistos, suas vozes ouvidas e sejam convidados e incentivados a saírem das margens impostas pela sociedade.
Nesse sentido, compreender o lazer como necessidade humana permite ao profissional construir com seu cliente saídas infinitas para satisfazer sua necessidade finita. Criando uma parceria que buscaria dentro dos fatores dos clientes, habilidades de desempenho, padrões de desempenho, contexto e cultura, as inúmeras formas de satisfazer essa necessidade.

REFERÊNCIAS

GOMES, Christianne Luce. Lazer: necessidade humana e dimensão da cultura. In: Revista Brasileira de Estudos do Lazer. Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 3-20, jan.-abr. 2014.

Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo; jan.-abr. 2015; 26 (ed. esp.):1-49.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v26ies. p. 1-49. Associação Americana de Terapia Ocupacional. Estrutura da prática da Terapia Ocupacional: domínio & processo. 3. ed. Tradução do original publicado pela American Occupational Therapy Association (2014). Occupational therapy practice framework: domain and process (3rd ed.). In: American Journal of Occupational Therapy. 68 (Suppl.1), S1–S48. Disponível: <http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2014.682006>. Traduzido para o português por Alessandra Cavalcanti (UFTM), Fabiana Caetano Martins Silva e Dutra (UFTM) e Valéria Meirelles Carril Elui (FMRP-USP); autorizada para publicação em português, acesso aberto na Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. 2015; 26 (ed. especial).




[1] Terapeuta Ocupacional (UFMG). Doutoranda do Programa de Estudo do Lazer – UFMG. Sócia-fundadora do Projeto Lazer Sem Limites.

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