Terapia Ocupacional em Destaque

Terapia Ocupacional em Destaque

Terapia Ocupacional

"É um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia das pessoas que, por razões ligadas a problemática específica, físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais, apresentam, temporariamente ou definitivamente, dificuldade na inserção e participação na vida social. As intervenções e Terapia Ocupacional dimensionam-se pelo uso da atividade, elemento centralizador e orientador, na construção complexa e contextualizada do processo terapêutico"

Referência: World Federation of Occupational Therapy; Associação Brasileira de Terapia Ocupacional; Centro de Estudos de Terapia Ocupacional - Ceto. Definições de Terapia Ocupacional. Lins: Faculdades Salesianas de Lins, 2003. (p.70)

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domingo, 20 de março de 2011

Ser diferente não é normal?

As pessoas de uma forma geral, se assustam e se surpreendem quando digo que trabalho com intervenções em saúde mental (transtornos de humor, esquizofrenia, transtorno obsessivo compulsivo, entre outros). A idéia que a comunidade faz sobre os sofrimentos mentais, muitas vezes vai muito além do que eles realmente representam e podem contribuir muito para o agravo ou melhora neste sofrimento.

Isolamento Social
Muitas pessoas tem receio de conviver com outras que experimentam o sofrimento mental, como se ele fosse contagioso...infelizmente nesta história o que é contagioso é o preconceito e a discriminação. Frequentemente idéias equivocadas são difundidas sobre diversos transtornos e isto reflete com certeza na qualidade de vida destas pessoas.

Portanto gostaria de dividir com vocês algumas reflexões sobre o que tenho ouvido da população geral e da população que sofre com algum transtorno mental.

No cotidiano, em meio a tantos encontros uns felizes outros nem tanto, ouço de tudo um pouco. E infelizmente muitas coisas me incomodam demasiadamente.

 De um lado os comentários são geralmente depreciativos e sem conhecimento...

"- Eles são loucos?"
"- Dizem que são agressivos."
"- Eu tenho medo deles."
"- Depressivo é gente que tem muito tempo pra ficar se lamentando."

De outro lado os comentários são cheios de medo e de tristeza...

"- Eu evito sair, porque sinto que minha presença incomoda as pessoas."
"- Eu já nem tento fazer amizades, porque sei que vou ser mal tratado."
"- Eu não saio pra não incomodar ninguém."
"- Eu acho que as pessoas não vão querer se relacionar comigo."
"- Eu tenho medo das pessoas. Elas no geral costumam ser cruéis."
"- Eu não estou triste, em casa e de cama porque quero, a doença faz isso. Se dependesse do meu querer eu estaria trabalhando e vivendo bem."

É importante compreender que quanto mais isolamos as pessoas, sejam elas portadoras de sofrimentos mentais ou físicos, ou mesmo pessoas que não experimentam nenhum tipo de sofrimento, menos colaboramos para seu bem estar e mais contribuimos para o agravamento do seu caso. E o convívio em sociedade é um direito que lhes assiste como a qualquer cidadão.

Por que ter medo? Porque se desconhece. Transtornos mentais podem fazer parte de qualquer família, e possivelmente você não gostaria de ser mal tratado ou isolado, nem de ver um familiar nesta situação, quando na verdade o convívio social pode ajudar na sua adequação, qualidade de vida e funcionamento social.

O convívio social de qualidade é um excelente aliado à medicação psiquiátrica e contribui muito para a melhora do paciente. Muitas vezes em minhas intervenções ao transitar pela cidade acompanhando alguém que está em tratamento, observo como as pessoas não sabem como reagir, não sabem como se comportar diante do outro. E isto é muito assustador para os pacientes e dificulta todo o processo de tratamento.

Toda discriminação e preconceito faz com que as pessoas tenham menos acesso aos estudos, a oportunidades de emprego, á profissionalização, ao convivio social de modo geral, consequentemente a uma redução das relações afetivas. Tudo isto pode ter menos impacto na vida destas pessoas se você colaborar. Um bom começo é não julgar...afinal ser diferente não é normal?



Abraços,
Keliane
Terapeuta Ocupacional






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